Os Últimos 10 Vencedores do Prêmio Jabuti (Livro do Ano): A Elite da Literatura Brasileira


Os 10 Vencedores do Prêmio Jabuti

Conceito visual da Premiação Januti 2022

Vencedores prêmio Jabuti Livro do Ano, se existe um termômetro para a qualidade e a relevância da produção literária no Brasil, ele se chama Prêmio Jabuti. Considerado o “Oscar” da literatura nacional, o Jabuti analisa centenas de obras em diversas categorias, mas o prêmio máximo, o mais cobiçado, é o de Livro do Ano.

Ganhar o Livro do Ano não significa apenas reconhecimento da crítica; significa que aquela obra teve a capacidade de sintetizar o momento cultural, inovar na linguagem ou apresentar uma pesquisa de fôlego inquestionável.

Para quem busca o que há de melhor na literatura brasileira contemporânea, olhar para os últimos vencedores é um ponto de partida essencial. Compilamos aqui os 10 últimos ganhadores do Livro do Ano (ou os vencedores de Ficção/Não Ficção, nos anos em que o prêmio foi dividido assim) para você conhecer e adicionar à sua lista de leitura.

 

1. (2024) Sempre Paris – crônica de uma cidade, seus escritores e artistas – Rosa Freire d’Aguiar

 

  • Descrição: Uma obra de não ficção que mergulha na capital francesa, não como um guia turístico, mas como um epicentro cultural. A autora, jornalista e tradutora, explora a relação da cidade com grandes nomes da literatura e das artes que viveram ali.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A obra foi aclamada por sua erudição, prosa elegante e a capacidade de conectar história, biografia e crítica cultural. É um ensaio sofisticado que renova o gênero da crônica de viagem e memória.

 

2. (2023) Engenheiro fantasma – Fabrício Corsaletti

 

  • Descrição: Um livro de poesia que se lê quase como um romance. A obra narra, em versos, a história de um personagem (o “Engenheiro fantasma”) que vaga pela cidade de São Paulo, refletindo sobre a vida urbana, a solidão e as transformações da metrópole.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A originalidade da forma e a potência lírica. Corsaletti criou uma narrativa poética longa que cativou o júri pela sua fluidez e pela construção de um personagem complexo, provando a força da poesia em tempos de narrativas rápidas.

 

3. (2022) Também guardamos pedras aqui – Luiza Romão

 

  • Descrição: Um livro de poemas impactante que revisita o mito da Guerra de Troia, mas sob uma perspectiva feminina, decolonial e crítica. A autora usa a estrutura da epopeia clássica para discutir violência, silenciamento e resistência no presente.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): Foi uma escolha unânime pela sua força política e inovação formal. A autora conseguiu atualizar um clássico de forma visceral, usando a linguagem como uma ferramenta de combate e ressignificação histórica.

 

4. (2021) Sagatrissuinorana – João Luiz Guimarães

 

  • Descrição: Uma coletânea de contos (ou novela) que dialoga diretamente com Sagarana, de Guimarães Rosa. O livro utiliza uma linguagem inventiva e neologismos para criar um universo rural fantástico, mas com temas contemporâneos.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A audácia e o domínio linguístico. O júri reconheceu a capacidade do autor de homenagear Guimarães Rosa sem copiá-lo, criando uma obra moderna, experimental e profundamente brasileira em sua essência.

 

5. (2020) Solo para Vialejo – Cida Pedrosa

 

  • Descrição: Um livro de poemas que explora a memória, a ancestralidade e a relação com a terra no sertão pernambucano. O “vialejo” (uma viola antiga e rústica) serve como metáfora para a voz poética que resgata o passado.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A força lírica e a conexão com o território. A obra foi celebrada por sua musicalidade e pela forma como transforma a memória pessoal e coletiva do sertão em poesia universal e de alta qualidade.

 

6. (2019) Uma história da desigualdade – Pedro H. G. Ferreira de Souza

 

  • Descrição: Um monumental estudo de não ficção que analisa a história da desigualdade de renda no Brasil desde a escravidão até os dias atuais, utilizando uma vasta base de dados (incluindo declarações de Imposto de Renda).
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A relevância social e o rigor acadêmico. Foi premiado por ser uma obra essencial para entender o Brasil, combinando pesquisa econômica e sociológica profunda com uma escrita clara e acessível sobre o tema mais urgente do país.

 

7. (2018) À cidade – Mailson Furtado Viana

 

  • Descrição: Um livro de poemas de um autor cearense, publicado de forma independente. A obra é uma ode e, ao mesmo tempo, uma crítica à vida urbana, explorando a relação do indivíduo com o espaço caótico e poético da cidade.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A originalidade e a intensidade lírica. A vitória de À cidade foi um marco, pois premiou um livro de um autor jovem, de fora do eixo Rio-SP e de publicação independente, celebrando a potência da poesia marginal e sua capacidade de renovação.

 

8. (2017 – Ficção) Machado – Silviano Santiago

 

  • Descrição: Um romance de fôlego que se propõe a ser uma “biografia ficcional” de Machado de Assis. A trama se passa após a morte do Bruxo do Cosme Velho, com personagens reais (como José Veríssimo) tentando desvendar os mistérios de sua vida.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A erudição e a maestria narrativa. Silviano Santiago, um dos maiores críticos literários do país, foi premiado por sua prosa sofisticada e pela forma engenhosa como usou a ficção para iluminar a vida e a obra do maior escritor brasileiro.

 

9. (2017 – Não Ficção) Alfabetização: a questão dos métodos – Magda Soares

 

  • Descrição: Uma obra seminal no campo da Educação. Magda Soares, uma das maiores especialistas em alfabetização do Brasil, desmonta a “guerra dos métodos” (fônico vs. construtivismo) e apresenta um caminho baseado em evidências científicas.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): O impacto e a utilidade pública. Este livro foi premiado por sua enorme contribuição ao debate educacional brasileiro, sendo considerado uma obra definitiva e essencial para qualquer professor ou gestor da área.

 

10. (2016 – Ficção) A Resistência – Julián Fuks

 

  • Descrição: Um romance de autoficção onde o narrador, filho de pais argentinos exilados no Brasil durante a ditadura, investiga a história de sua família, a memória do regime militar e a complexa relação com um irmão adotivo.
  • O Destaque (Por que foi escolhido): A sensibilidade da prosa e a construção narrativa. O livro foi aclamado pela forma delicada e, ao mesmo tempo, potente como aborda temas como identidade, trauma, silêncio e os laços familiares marcados pela História.

 

Vencedores Prêmio Jabuti Livro do Ano Um Mapa da Excelência

 

De estudos profundos sobre desigualdade a experimentações poéticas; de romances históricos a releituras de mitos. A lista dos últimos vencedores do Prêmio Jabuti mostra a diversidade e a pujança da literatura brasileira.

Ler essas obras é mais do que consumir “livros premiados”; é mergulhar no que a crítica e o mercado editorial consideram o ápice da nossa produção cultural recente.

E você, já leu algum desses? Qual será o próximo da sua lista? Deixe nos comentários!

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